1/01/2010 - 07h58
Turismo cresce em SP, que vira bola da vez nos guias de viagem
PRISCILA PASTRE-ROSSI
da Folha de S.Paulo
da Folha de S.Paulo
Os números são do Observatório do Turismo, o núcleo de estudos e pesquisas da SPTuris. E, antenados, os guias publicados no exterior já tratam a cidade com mais respeito.
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Juliana Moraes/Folha |
Mercado Municipal de São Paulo, localizado na região central, é um dos principais pontos turísticos da capital paulista |
Nos bairros que mais aparecem nas páginas dos guias, caso de Jardins e Vila Madalena, não é mais tão raro esbarrar com gente de fora que não esteja apenas de passagem para uma reunião de negócios. Vira e mexe eles estão por aí, tentando encontrar a caipirinha em bares e restaurantes que raramente têm a oferecer o cardápio traduzido para o inglês.
Revisitando São Paulo
Para avaliar o que os estrangeiros leem sobre São Paulo em edições recentes de guias de turismo editados no exterior, o que os atrai à capital paulista e o que eles são levados a conhecer, a Folha, neste caderno de Turismo (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), reuniu alguns deles.
É claro que a matéria tem a ver com o interesse editorial da Folha de vender um título da Livraria da Folha, com direito a promoção, por apenas R$ 18,32. Tem a foto acima, com legenda dando conta de que o Mercado da Cantareira é um dos principais pontos turísticos.
Bonito na foto - sim, mas para chegar lá é melhor tapar o nariz. Em dias de calor, o Tamanduateí - que empurra o esgoto de milhões para o Tietê - é putrefação só. Bolhas de azoto rompem a turbidez das águas para explodir na superfície, tingida de óleos que refletem a luz do sol. Não há nada de belo nisso! Digamos que a fachada, os vitrais escolhidos por Ramos de Azevedo, quando da inauguração em 1933. O mercadão em si é lindo, desde que um fotoshop pudesse descartá-lo da sua vizinhança. Não combina. O turista vai chegar de carro. Vai ver o nada deslumbrante trânsito caótico do centro. Avenida do Estado, suja, entupida em seus semáforos demorados. Caminhões em excesso. Carros em excesso, motocicletas, em velocidade incompatível. Vendedores ambulantes no pouco espaço que sobra entre os carros. Essa é paisagem. Não há estacionamento. O interno do mercadão - de responsabilidade dos permissionários - não dá conta do volume - principalmente aos sábados. A zona azul de fora, nem falar. Os particulares cobram um absurdo. É por isso que os vendedores do mercadão costumam colocar imã de geladeira, junto com a mercadoria, e o alerta que entregam em casa as compras feitas por telefone. Tudo para não perder a clientela. Ainda nas cercanias do mercadão, prédios degradados, pouco valorizados em suas fachadas. O tempo foi impiedoso com o glamour das construções de outrora. Aquela região desde o tempo em que a prefeita Erundina mudou o gabinete para o Palácio das Indústrias merecia uma requalificação absoluta. Infelizmente, a prefeita seguinte - aquela do projeto belezura - conseguiu se mudar para o Vale do Anhangabaú, deixando o velho prédio da Rua da Figueira a sua própria sorte.
As cabeças mudam na administração, mas o desrespeito com os nossos símbolos e a história de uma cidade continuam inalterados.
Saudações Machadianas
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