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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Turismo em São Paulo bombando

Bombar. Não gosto desta expressão,  mas ela combina com os novos ares das midias eletrônicas, por isso deixei estar no título  assim mesmo. Li com surpresa na Folha Online que o turismo em São Paulo está em franco crescimento. Veja a manchete:


1/01/2010 - 07h58

Turismo cresce em SP, que vira bola da vez nos guias de viagem

PRISCILA PASTRE-ROSSI
da Folha de S.Paulo
O número de turistas na cidade de São Paulo teve um salto de 37,8% entre 2004 e 2009. No ano passado, 11,3 milhões de visitantes estiveram na capital, que no próximo dia 25 vai comemorar seus 456 anos.
Os números são do Observatório do Turismo, o núcleo de estudos e pesquisas da SPTuris. E, antenados, os guias publicados no exterior já tratam a cidade com mais respeito.
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Juliana Moraes/Folha
Mercado Municipal de São Paulo, localizado na região central, é um dos principais pontos turísticos da capital paulista
Mercado Municipal de São Paulo, localizado na região central, é um dos principais pontos turísticos da capital paulista
"Wallpaper City Guide São Paulo" recomenda aos leitores que a cidade seja descoberta antes de ser invadida por uma horda de turistas. Terminam o texto de apresentação com um enfático: "Vá logo".
Nos bairros que mais aparecem nas páginas dos guias, caso de Jardins e Vila Madalena, não é mais tão raro esbarrar com gente de fora que não esteja apenas de passagem para uma reunião de negócios. Vira e mexe eles estão por aí, tentando encontrar a caipirinha em bares e restaurantes que raramente têm a oferecer o cardápio traduzido para o inglês.
Revisitando São Paulo
Para avaliar o que os estrangeiros leem sobre São Paulo em edições recentes de guias de turismo editados no exterior, o que os atrai à capital paulista e o que eles são levados a conhecer, a Folha, neste caderno de Turismo (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), reuniu alguns deles.

É claro que a matéria tem a ver com o interesse editorial da Folha de vender um título  da Livraria da Folha, com direito a promoção, por apenas R$ 18,32. Tem a foto acima, com legenda dando conta  de que o Mercado da Cantareira é um dos principais pontos turísticos.
Bonito na foto -  sim, mas para chegar lá é melhor tapar o nariz. Em dias de calor, o Tamanduateí - que empurra o esgoto de milhões para o Tietê - é putrefação só. Bolhas de azoto rompem a turbidez das águas  para explodir na superfície, tingida de óleos que refletem a luz do sol. Não há nada de belo nisso! Digamos que a fachada, os vitrais escolhidos por Ramos de Azevedo, quando da inauguração em 1933. O mercadão em si é lindo, desde que um fotoshop pudesse descartá-lo da sua vizinhança. Não combina. O turista vai chegar de carro. Vai ver o nada deslumbrante trânsito caótico do centro. Avenida do Estado, suja, entupida em seus semáforos demorados. Caminhões em excesso. Carros em excesso, motocicletas, em velocidade incompatível. Vendedores ambulantes no pouco espaço que sobra entre os carros. Essa é paisagem. Não há estacionamento. O interno do mercadão - de responsabilidade dos permissionários -  não dá conta do volume - principalmente aos sábados. A zona azul de fora, nem falar. Os particulares cobram um absurdo. É por isso que os vendedores do mercadão costumam colocar imã de geladeira, junto com a mercadoria, e o alerta que entregam em casa as compras feitas por telefone. Tudo para não perder a clientela. Ainda nas cercanias do mercadão, prédios degradados, pouco valorizados em suas fachadas. O tempo foi impiedoso com o glamour das construções de outrora. Aquela região desde o tempo em que a prefeita Erundina mudou o gabinete para o Palácio das Indústrias merecia uma requalificação absoluta. Infelizmente, a prefeita seguinte - aquela do projeto belezura - conseguiu se mudar para o Vale do Anhangabaú, deixando o velho prédio da Rua da Figueira a sua própria sorte.
As cabeças mudam na administração, mas o desrespeito com os nossos símbolos e a história de uma cidade continuam inalterados.
Saudações Machadianas

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