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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Bicicleta em São Paulo, nem pensar




Notícia publicada nos jornais de São Paulo dá conta de que a capital deve  ganhar mais 45 quilômetros de ciclovias.  Serão  quatro novos circuitos, aumentando  em cinco vezes a rede de ciclovias e ciclofaixas.  Aliás, nem tenho bicicleta, mas aquela ciclofaixa montada na Juscelino, ligando o Parque do Povo ao Ibirapuera, é de doer. Primeiro - só funciona aos domingos, das 7h às 14 horas. Uma faixa da pista para carros é sinalizada e fica exclusiva para bicicletas. Com todo respeito ao secretário do Verde e do Meio Ambiente, mas essa  é do tipo de ideia que se sublima numa próxima administração. Imagine pagar hora extra para os marronzinhos trabalharem aos domingos sinalizando - e eventualmente - multando quem não respeita o ciclista? Quem paga é o banco do Planeta - o Bradesco... mas sem o patrocínio, adeus  ciclofaixa.
São Paulo -- como outras cidades mundo afora -- precisa de ciclovias permanentes e não  só para o lazer de quem mora nos jardins e, no fim de semana, quer dar uma pedalada pela vizinhança. Outros ares além das ciclovias já instaladas nos parques. Que vergonha! Só o gasto para montar a operação ciclofaixa daria para construir e manter decentemente quantos quilômetros de ciclovia de verdade? Daquelas que deveriam por lei municipal serem construídas aos longo das novas avenidas da cidade. Com a palavra o secretário Eduardo Jorge. Hoje é uma esculhambação. Bicicleta não tem vez.
O ciclista é achincalhado em meio a multidão de carros nas ruas. Vejo ciclista na marginal e penso que o desgraçado está querendo virar notícia. Aqui ainda se distingue a bicicleta - condução de trabalhador pobre e que mora nos bairros distantes - de bike - ferramenta de status e que serve para a prática de exercícios fisicos. Essa ciclofaixa não é como um pré-metrô, que vem para criar um circuito, gerar demanda e justificar um investimento num eixo definitivo. É brincadeira! Não há trabalhadores de bicicletas na ciclofaixa - só bikers... O prefeito de São Paulo - que prefere a cidade vista das alturas - não percebe que além da falta de educação e segurança viária para o ciclista, não há pista para andar de bicicleta nesta cidade. Buracos, buracos e mais buracos. Tampas de bueiro desniveladas, valetas, lombadas, guias malfeitas, sarjetas fraturadas. Se um dia ele tivesse a coragem de pegar uma bike e ir de sua casa até o gabinete de trabalho, com certeza iria tratar de melhorar o leito carroçável que- por ironia - parece que é do tempo das diligências. Segundo a CET, a cidade tem pouco mais de 10 km de ciclovias. Pouco, muito pouco mesmo.
Talvez seja este um dos motivos que fazem  57 por cento dos paulistanos odiarem a cidade onde moram. Um vexame...Saudações Machadianas.





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