Situado em bairro nobre, terrno que abrigava escola de natação sedia agora uma casa de veraneio
Vista da área de lazer da casa, com piscina e painel de azulejos de Athos Bulcão Foto: Rafaella Netto/Divulgação
Marcelo Lima – O Estado de S. Paulo
Passar horas presos no carro para desfrutar um final de semana fora da capital paulista era algo que definitivamente não estava nos planos daquele jovem casal, com uma filha pequena e já à espera da segunda. Foi quando surgiu a ideia, inusitada, de construir uma casa de veraneio não nos arredores, mas em plena cidade. Mais especificamente, a menos de um quilômetro de distância do apartamento onde vive a família, no Jardim Europa. E não é que deu certo?
“Eles resolveram radicalizar. Ir para o local a pé, sem a necessidade de tirar o carro da garagem”, conta a arquiteta Clara Reynaldo, do escritório CR2 Arquitetura, uma das responsáveis por transformar em realidade o sonho do casal, que tinha acabado de adquirir uma pequena propriedade na região: uma casa bastante deteriorada, antiga sede de uma escola de natação, encontrada em condições tão precárias, a ponto de inviabilizar qualquer tentativa de reforma.
“Além de não se ajustar ao programa de uma habitação contemporânea, a casa ocupava praticamente 100% do terreno e não oferecia nenhuma área verde. Não tivemos outra escolha a não ser demolir”, conta Clara, para quem o fato de se operar em um terreno tão estreito e de dimensões tão reduzidas já impunha uma série de limitações construtivas. A começar pela própria montagem do canteiro.
“Em áreas pequenas como esta, preferimos construir com estruturas metálicas. Da armazenagem à instalação, tudo fica facilitado. As vigas e os pilares já chegam prontos à obra e podem ser montados em poucos dias. Ao contrário do concreto, que precisa ser moldado in loco, requer espaço para ser manuseado e demanda tempo de desforma.”
“Além de não se ajustar ao programa de uma habitação contemporânea, a casa ocupava praticamente 100% do terreno e não oferecia nenhuma área verde. Não tivemos outra escolha a não ser demolir”, conta Clara, para quem o fato de se operar em um terreno tão estreito e de dimensões tão reduzidas já impunha uma série de limitações construtivas. A começar pela própria montagem do canteiro.
“Em áreas pequenas como esta, preferimos construir com estruturas metálicas. Da armazenagem à instalação, tudo fica facilitado. As vigas e os pilares já chegam prontos à obra e podem ser montados em poucos dias. Ao contrário do concreto, que precisa ser moldado in loco, requer espaço para ser manuseado e demanda tempo de desforma.”
Feitas as contas, não restam dúvidas que o tempo de obra foi amplamente beneficiado pelo sistema construtivo adotado. Com duas suítes, cozinha integrada ao estar e lounge externo, a casa, totalizando 185 m², – ou 213 m², se consideradas as varandas – foi concluída no prazo recorde de sete meses. O andar térreo concentrando as dependências de lazer. O superior, a área íntima, incluindo os quartos de hóspedes.
Nos dois pavimentos, integrar visual e espacialmente a construção a seu entorno por meio de grandes vãos, caixilhos e painéis de vidro se transformou na principal preocupação do escritório. No primeiro andar, as varandas se abrem totalmente para o ambiente externo, protegidas da incidência do sol por meio de pergolados. Ora, com vista para o jardim interno. Ora, paras as copas das árvores da rua. “Eles queriam contar com uma casa compacta, com espaços flexíveis e, de preferência, construída em área menor do que a permitida, ampliando as possibilidades de lazer ao ar livre. Os revestimentos deveriam ser de fácil limpeza, comportar crianças correndo molhadas e, na medida do possível proporcionar um certo aconchego”, afirma ela.
Daí a opção pela madeira, elemento que aparece em contraposição ao branco. “Isso tudo, sem esquecer que o imóvel deveria estar apto a funcionar como moradia permanente, caso eles decidissem vendê-lo”, pontua Cecilia Reichstul, parceira de Clara no projeto.
Daí a opção pela madeira, elemento que aparece em contraposição ao branco. “Isso tudo, sem esquecer que o imóvel deveria estar apto a funcionar como moradia permanente, caso eles decidissem vendê-lo”, pontua Cecilia Reichstul, parceira de Clara no projeto.
Da mesma forma, a área externa, assinada pelo paisagista Rodrigo Oliveira recebeu deck e piscina de raia única. Nada mais do que isso, diante da exigência dos proprietários de poupar espaço. “Para eles era importante contar com a maior área livre possível. Acredito que esta situação é o que mais diferencia a casa do apartamento onde eles vivem. É o que mais os faz sentir fora da cidade ” arrisca a arquiteta.
Espécie de menina dos olhos da dona do imóvel, um painel de azulejos azuis e brancos ocupa toda a extensão da parede lateral à piscina. “Definimos o desenho em conjunto com ela. Como ex-moradora de Brasília, ela cresceu em contato com as obras do artista. Para nós também não deixou de ser motivo de grande satisfação, afinal, é também uma homenagem à arquitetura modernista, que admiramos tanto”.
Espécie de menina dos olhos da dona do imóvel, um painel de azulejos azuis e brancos ocupa toda a extensão da parede lateral à piscina. “Definimos o desenho em conjunto com ela. Como ex-moradora de Brasília, ela cresceu em contato com as obras do artista. Para nós também não deixou de ser motivo de grande satisfação, afinal, é também uma homenagem à arquitetura modernista, que admiramos tanto”.